Desde que se assumiu no mercado em 2012 que o Tinder se afirmou como uma aplicação de “engate”, permitindo a qualquer utilizador localizar pessoas próximas para encontros românticos. Esta forma revolucionária de se conhecer pessoas veio alterar o dating para sempre.
O Tinder incorpora o sucesso dos aplicativos com o universo dos sites de relacionamentos. E se pudesse ter no smartphone um aplicativo que lhe apresenta as fotografias de pessoas novas e interessantes que estão perto de si e têm também uma conta neste aplicativo? Uma ferramenta capaz de transformar barreiras e embaraços em verdadeiras histórias de amor ou casos que vão ter muito para contar.
A precisão do Tinder em fazer os seus “matches” é alcançada pelo cruzamento de informações do Facebook e a localização geográfica de cada pessoa. Porém, esta plataforma frequentemente creditada como uma app de engates, tem mais potencial do que aparenta.
Pela ocasião da sua passagem na Web Summit Lisboa, Sean Rad – o cofundador e CEO do Tinder e frequentemente apelidado de Dr. Tinder – revelou alguns dados e uma perspetiva mais próxima daquilo que realmente vê no Tinder. Pela altura do evento, o mundo tinha sido abalado pela notícia de que Donald Trump tinha vencido as eleições presidenciais norte-americanas, no dia 9 de novembro.
De acordo com Sean Rad, “a linguagem durante a campanha eleitoral foi chocante e levou-nos a reconsiderar o que é aceitável em termos de linguagem”. Isto serviu como mote para esclarecer que o Tinder se encontra atualmente a trabalhar para banir a “conversa de balneário” da app, relembrando um dos escândalos polémicos em que Trump esteve envolvido.
Mas Sean Rad revelou dados mais interessantes ainda sobre a necessidade de promover informação verdadeira entre os seus utilizadores. “Os nossos utilizadores preocupam-se com estes assuntos. Estas são grandes decisões. E temos a responsabilidade de ajudar a educar os utilizadores. Queremos usar a plataforma para o bem. Temos um negócio, mas queremos contribuir de modo positivo para a vida das pessoas”, disse, salientando que o Tinder tem uma obrigação que ultrapassa a mera conexão entre pessoas.
E, por falar em engate, é só para encontros casuais que as pessoas se encontram na rede? Não. “As nossas sondagens indicam que 80% dos utilizadores procuram relações longas”, admitiu o cofundador do Tinder. O próprio Sean Rad já teve uma relação longa que começou no Tinder.
Questionado acerca da origem e fundação do Tinder, Sean Rad revelou que tudo se deveu à sua própria timidez. “Sou muito tímido. Comecei o Tinder porque eu e os meus amigos tínhamos problemas em fazer aquele primeiro contacto. Uma vez, num café, quis conhecer uma rapariga que achei interessante, mas não tive coragem para avançar. Percebi que se pudesse eliminar aquela ansiedade que senti podia, fundamentalmente, mudar o mundo”, contou no Web Summit.
E agora, como ter sucesso no Tinder? Esta foi uma das perguntas colocadas pela audiência ao CEO da plataforma. E a resposta não poderia ter sido mais simples. Em vez de explicar estratégias complicadas ou fórmulas matemáticas, Sean Rad limitou-se a responder: “Sejam os mais sinceros possíveis”. Claro que pequenos detalhes técnicos, como completar o perfil com informação biográfica e adicionar o perfil do Instagram ao perfil podem fazer a diferença e dar uma melhor amostra daquilo que a pessoa é.