Social TV: como a internet mudou a televisão
A televisão e o seu papel enquanto veículo de entretenimento e publicidade encontra novos desafios neste novo mundo que está sempre ligado. Dentro da caixa mágica que revolucionou a segunda metade do século XX, cabem agora palavras como fragvergence, hiperescolha de oferta, visualização em diferido e multitasking.
Como é que a Internet e as novas tecnologias mudaram a forma como vemos televisão? Procuramos radiografar o comportamento do telespectador moderno.
A chegada da Internet e de novos gadgets facilitou o acesso a um entretenimento variado e personalizado. Já todos nós reparamos que é raro estar sentado no sofá a ver televisão e nada mais. Todos juntos, estes gadgets concorrem com a TV em termos de atenção. O telespectador tem agora mais por onde escolher para se entreter.
De facto, a distância entre o consumidor e o entretenimento quase desapareceu com o aparecimento de portáteis, tablets, smartphones e internet wireless. Por isso, faz sentido que a condição obrigatória de estar numa sala de estar para ver apenas televisão ou conviver tenha quase desaparecido.
A TV sempre teve um importante papel a nível de socialização. Desde sempre que a caixa mágica permitiu alimentar conversas sobre temas comuns e partilhados. “Já viste este programa?” ou “O que achaste daquele episódio?” são perguntas que resultam frequentemente em longos debates.
Com a emergência das plataformas de comunicação, em especial as redes sociais, as barreiras físicas desaparecem e é possível ter essas conversações com qualquer pessoa fora da sala de estar e até mesmo em direto.
Social TV: a Internet é um complemento. Não é um substituto
De acordo com um estudo do IAB – Interactive Advertising Bureau, quase 50% dos internautas europeus consome media enquanto vê TV. O valor reflete bem o estilo de vida que se realiza cada vez mais online, potenciado pelos dispositivos móveis ligados à Internet.
Já não faz sentido pensar em “ver tv” ou “utilizar a internet” como duas actividades específicas e isoladas – 48% está online enquanto vê TV e 15% do tempo de visualização de TV ocorre em simultâneo com navegação da Internet.
O digital não deve, por isso, ser encarado como um substituto mas sim como um complemento, uma camada integrante da experiência de televisão. Em vez de substituir a TV, enriquece-a – 1/3 das pessoas que navega na Internet enquanto vê TV realiza atividades online que estão relacionadas com o conteúdo da programação que estão a ver.
A experiência de visualização de TV tem agora um outro alcance, sendo vivida também em dimensões e ecrãs. De acordo com um estudo da Viacom, nos EUA, 61% dos telespectadores pesquisa conteúdo complementar ao programa que está ver e 57% conversa com amigos sobre o programa.
Mais dados ainda: 41% está interessado em aderir ou já aderiu a sites/aplicativos que permitem conversar com outras pessoas sobre conteúdos televisivos e saber mais sobre os mesmos.
Existe assim em paralelo e no background das emissões de TV todo um back channel, toda uma camada social de conversações e produção de conteúdos que a tecnologia e os social media facilitam, tornando diferente o consumo e a descoberta de programas, quase como uma TV Guia Social.
As dimensões da Social TV
Quando falamos da Social TV, estamos a falar de experiências e impactos relevantes nas vidas dos espectadores, assente em duas dimensões complementares: humana e tecnológica. A dimensão humana compreende as audiências participativas e todas as conversações sociais que se geram sobre conteúdos de TV (programas e anúncios), bem como os conteúdos dos partilhados e recomendações efetuadas que geram impressões sociais.
Por sua vez, a dimensão tecnológica está ligada aos equipamentos e aplicações que possibilitam e/ou facilitam esta interação social humana e o consumo de conteúdos on-demand, integrando connected TVs, middleware, tablets e smartphones, bem como aplicações que, integradas nestes equipamentos, permitem uma interação com os conteúdos a serem exibidos em TV.
A Social TV não luta pelo domínio do ecrã de TV mas procura sim complementar essa experiência, na medida e na vontade do espectador que ativamente exerce esse controlo.
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