O Poder da Geração Y
A Geração Y começa o dia com o telemóvel na mão para verificar SMS, emails e actualizações das redes sociais. Nove em cada 10 pessoas da Geração Y já fizeram compras online. Os profissionais de publicidade e marketing não podem negligenciar o facto de esta geração de pessoas, de consumidores, ser na verdade a maior do planeta, com mais de 1,8 bilhões representantes. E não se trata apenas de número, pois estes consumidores têm influência nas outras gerações. Afinal, quem são estes consumidores e o que querem?
A Geração Y ou geração da Internet é um conceito que se refere às pessoas nascidas entre 1980 e 1995
Esta geração desenvolveu-se numa época de grandes avanços tecnológicos, rodeada de aparelhos de alta tecnologia e cresceu num meio que potencia o individualismo e a competição extremada, mas também, ainda que pareça paradoxal, uma certa partilha. São pessoas normalmente preocupadas com o meio ambiente e as causas sociais.
E, como neste momento grande parte desta geração chegou à idade adulta, com poder de compra e de decisão, é natural que se tenha tornado o público-alvo das ofertas de novos serviços e da difusão de novas tecnologias.
Um estudo de 2012 da Cisco sobre os hábitos de Internet da Geração Y revela o comportamento e atitudes dos sujeitos em relação à criação, acesso e privacidade da enorme quantidade de dados gerados diariamente por smartphones, câmaras de vídeo, monitores e outros aparelhos com ligação à Internet. Foram entrevistados 1.800 estudantes universitários e jovens profissionais com idades entre os 18 e os 30 anos em 18 países.
Para estas pessoas, informação é sinónimo de “tempo real, o tempo todo”. Nove em cada 10 inquiridos vestem-se, escovam os dentes e verificam o seu smartphone no seu ritual matinal de preparação para a escola ou para o trabalho. Para as empresas, este dado é significativo, pois demonstra que a força de trabalho do presente/futuro é mais ágil, mais informal e mais reactiva do que qualquer geração anterior.
Esta nova geração vive ligada e comunica. E compra online: nove em cada 10 pessoas já o fizeram. Sobre comércio online, o estudo Cisco Connected World Technology Report indica que quase três em cada cinco inquiridos (58%) afirmam confiar com regularidade em comentários de outros compradores quando decidem a compra de artigos online; adicionalmente, 28% consultam ocasionalmente análises e testes online.
Cinquenta e sete por cento – cerca de três em cinco entrevistados – partilha o endereço de email com lojas e sites, a troco de receber notícias sobre promoções e descontos ou outros conteúdos de relevo. No entanto, não estão dispostos a partilhar muito mais do que isso – poucos concordam em ceder o número de telefone, morada de casa e outros dados pessoais.
Conheça mais alguns dos fatores que fazem desta geração ao mesmo tempo uma grande oportunidade e uma ameaça para o mercado atual:
Social Shopping – A Geração Y dificilmente compra sozinha, um em cada três entrevistados não finalizam a compra sem a aprovação de amigos.
Interação – É a geração que mais interage com as marcas e partilha sempre um feedback, seja negativo ou positivo. Mais de 90% encara isso como uma forma de responsabilidade.
Tendência – É um enorme grupo que se guia por tendências e pela velocidade da informação. Não confia tanto no que uma marca diz e usa outras ferramentas para saber o que comprar. As marcas já não são a única referência, há o círculo social. As marcas que não conseguem acompanhar este ritmo ficam para trás.
Preço e Qualidade + Humor e Honestidade – A decisão de escolha por uma determinada marca segue alguns padrões: preço, qualidade, comentários de terceiros sobre a marca ou lembranças da marca em algum momento da vida. Duas qualidades que também ajudam na decisão são honestidade e humor. Daí as redes sociais serem tão importantes para este público, pois é nesse espaço que ele interage com a marca. Outra boa opção é trabalhar com os seus influenciadores: um comentário vindo de terceiros tem mais força do que 20 comentários da marca.
A recessão global levou esta geração a mudar as suas ideias de carreira perfeita e pensar antes em trabalhar por conta própria, com mais de 50% a terem como objetivo a criação do seu próprio emprego. É no entanto uma geração mais tradicional no que diz respeito a ter casa própria (78%) e em começar uma família (72%), sonhos apenas superados pelo desejo de um emprego ideal, no qual se faça o que realmente se gosta.
A geração Y quer interagir, ajudar a criar e dialogar com as suas marcas favoritas. São pessoas que procuram entretenimento e bom conteúdo nas redes e que precisam de ser estimuladas nos meios «on» e «off». Não se importam de ver anúncios, mas esperam algo mais em troca, querem experiências, bons produtos e uma marca engajada com eles.
É, por fim, uma geração exigente, que espera sempre algo, que conhece o seu potencial influenciador e que é atenta a feedbacks, quer negativos, quer positivos. As marcas devem adaptar-se, oferecer o que este tipo de consumidor procura, da forma que ele procura.
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