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Quais são os países inimigos da Internet?

Quais são os países inimigos da Internet?

by Tiago Leão

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A Internet introduziu mudanças nas várias áreas da sociedade e tornou-se numa ferramenta indispensável do quotidiano. A rede de computadores criada inicialmente para fins militares aboliu fronteiras e aproximou os quatros cantos de um planeta cada vez mais pequeno. Com um simples clique é possível conseguir informações que normalmente não estariam ao nosso alcance.

Com o passar do tempo, o conceito de Internet passou a ser sinónimo de liberdade sem limites. Leia, por exemplo, este artigo e entre no debate sobre o Hactivismo. A abertura do ciberespaço trouxe novas dificuldades ao governo dos países que se viram a braços com problemas para os quais não estavam preparados, desde despedimentos motivados por uma publicação no Facebook a casos de ciberterrorismo.

No meio político a questão não é consensual e lança o debate sobre se toda a informação deve ou não estar acessível a todos. O caso recente do WikiLeaks é  o maior exemplo de como fugas de informação podem revelar dados que põem em causa a legitimidade das ações por um país em prole de um determinado objetivo.

Mas, nem toda a informação proibida é confidencial. Na Coreia do Norte, por exemplo, a Internet é encarada como uma ferramenta potencialmente subversiva que pode ser utilizada para fins políticos. Como tal, o acesso está restringido a uma elite muito pequena, composta por membros do governo.

O caso é extremo, no entanto devemos salientar que não é só a Coreia do Norte que dita que deve haver restrições na Internet. Recentemente, a organização internacional não-governamental, Repórteres sem Fronteiras (RSF), que tem como função proteger os jornalistas e o direito à liberdade de imprensa em todo o mundo, emitiu um documento onde apresenta uma lista de países que considera como “inimigos da Internet“.

Ao todo, a organização apresentou um total de 19 nações onde a censura online é uma realidade, embora seja mais acentuada nuns casos do que noutros. Surpreendam-se os mais ingénuos quando souberem que da lista fazem parte países que fazem da liberdade de expressão uma bandeira, como os Estados Unidos da América ou o Reino Unido. Leia este artigo até ao fim e saiba porque é que, segundo a RSF, estes são os inimigos da Internet.

Afinal , quem são os “inimigos da Internet”?

Coreia do Norte

Como já referido em cima, a Coreia do Norte é provavelmente o exemplo mais extremo de censura online. Em vez de Internet, o país possui uma rede interna, criada especificamente para fazer chegar até aos cidadãos propaganda sobre o regime.

Recentemente durante o Mundial de 2014 foi divulgado um vídeo onde se anunciava que a seleção norte-coreana ia defrontar o Brasil na final da competição, depois de ter derrotado o Japão, a China, os Estados Unidos, a Alemanha e Portugal. Como seria de esperar, para os coreanos, a informação passada foi a de que o país venceu. Ora veja o vídeo difundida pelo Korea News Backup.

 

Rússia

Os limites na Internet têm sido pouco a pouco ampliados na Rússia. No ano de 2012, o órgão legislativo do país aprovou uma série de pontos que impedem a divulgação de conteúdos que possam ser considerados como um atentado à moralidade russa. A ambiguidade da lei faz com que as restrições não sejam claras, mas a verdade é que os limites são cada vez maiores.

Estados Unidos da América

Depois do escândalo do WikiLeaks têm sido cada vez mais as polémicas que têm envolvido o país onde ocorreu a primeira revolução liberal da história. Questões de espionagem e invasão de segurança de dados têm feito parte dos jornais de todos os países. Notícias recentes dão conta que só em 2014 foram gastos cerca de 54 milhões de euros para financiar ações de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA).

 

Cuba

Cuba é um dos países com controlo no que diz respeito ao universo da Internet. O custo de instalação elevado faz com que não sejam muitas as pessoas que usufruem deste serviço. Desde 2007, a situação começou a melhorar e estima-se que o número de cubanos com acesso à Internet ultrapasse os 25%. Ainda assim, o país aplica um filtro que impede que alguns sites sejam exibidos a cidadãos nacionais. Leia este artigo e conheça a históra de Yoani Sanchez.

Reino Unido

A segurança é o argumento utilizado pelo Reino Unido para justificar uma série de ações de vigilância e de proibições na Internet. Mesmo a pornografia legal possui várias restrições de acesso. Para fugir ao problema, são muitas as pessoas que utilizam meios alternativos para que possam aceder a conteúdos pornográficos. As várias ações de segurança na Internet valeram ao Reino Unido o título de “campeão da vigilância mundial“.

China

Defender a estabilidade do país é o argumento dado pelo governo chinês para a aplicação da censura que se estende não só à Internet como aos meios de comunicação social. O sistema que proíbe a exibição de determinados conteúdos é conhecido como “A Grande Firewall da China“. Para controlar a informação distribuída on e offline a China criou uma secretaria de estado específica com o objetivo de controlar tudo aquilo que é publicado.

Síria

A Internet e as redes sociais foram duas ferramentas fundamentais no processo conhecido como Primavera Árabe. Como forma de controlar e pôr fim às manifestações, o líder sírio Bashar Al Assad ordenou que todos os órgãos de comunicação social deveriam ser alvo de censura. Além disso, foi aplicado um filtro que impedia o acesso a determinados sites e a difusão de conteúdos livre pela Internet.

As restrições são normalmente justificadas por motivos de segurança e têm como principal argumento a defesa nacional e a proteção dos cidadãos. Em jeito de despedida, deixamos as perguntas: considera que a Internet deve ou não ter limites? Quem os deve impor? E quais as fronteiras desses mesmos limites? Contribua para o debate!

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