Num mundo em que 1 em cada 13 pessoas é utilizador do Facebook, as pessoas tiveram dese adaptar às suas vidas e a novas situações, especialmente à forma como lidam com os sentimentos. No blog Estratégia Digital já analisamos uma vez se somos felizes na maior rede social do mundo mas partimos agora para uma outra questão: será que podemos partilhar afeto no Facebook?
Não há ninguém melhor do que Elsa Punset para responder a esta pergunta. A filósofa espanhola – especialista em inteligência emocional – aborda no seu livro a importância que a afetividade representa no mundo em que vivemos e como as redes sociais provocaram uma mudança neste paradigma.
As emoções têm um impacto determinante na nossa saúde física e mental. Por isso mesmo, é necessário treinar o cérebro como um músculo, de modo a sermos mais otimistas, conciliadores e criativos.
No seu , a autora transmite a convicção de que as capacidades sociais podem treinar-se e mostrar-lhe o caminho para encontrar o seu lugar no mundo, com sugestões e exercícios, como forma de preparação.
A verdade é que as pessoas, até meados do século passado, não faziam exercício porque não acreditavam que fosse necessário para o bem-estar físico. Do mesmo modo que, nas últimas décadas, aprendemos a cuidar do nosso corpo, temos agora um grande desafio pela frente: perceber e treinar a nossa mente e as capacidades que nos permitirão decidir, conviver e evoluir.
Não se trata de magia mas sim de inteligência social. É por isso que o Facebook não chega para trocar afetos. Sem retirar às redes sociais o seu valor extraordinário, Elsa Punset diz que é necessário olhar e tocar para não nos sentirmos sós e que o Facebook, sendo virtual, nunca poderá ser suficiente para combater a solidão.
Sim, as redes sociais são um meio tecnológico extraordinário que veio, sem dúvida, revolucionar o mundo em que vivemos: permitem-nos estar ligados uns aos outros com como nunca foi possível e democratizam o conhecimento. Como podemos estar sozinhos se estamos ligados a centenas de pessoas?
A resposta é simples: o Facebook não satisfaz a nossa necessidade básica de dar e receber afecto. Frente a frente, temos a capacidade de comunicar sem palavras, através das emoções, que continuam a ser um idioma universal. Todavia, este tipo de comunicação é muito difícil nas redes sociais. A solidão é a falta de intimidade com os outros: necessitamos de nos olhar e tocar para não nos sentirmos sós.
O Facebook é uma imagem que mostramos ao mundo e reflete, por isso, aquilo que queremos que os outros vejam em nós. Logo, Elsa Punset acredita que podemos ser mais ou menos honestos no que diz respeito ao que partilhamos. É mais frequente mostrarmos as nossas alegrias do que tristezas, esperando assim contagiar os outros com o nosso otimismo. Quem ser amigo de alguém desinteressante ou deprimido?
E o que diz Elsa Punset quanto à relação entre o Facebook e a felicidade? A autora responde que, bem utilizadas, as redes sociais podem-nos ajudar a conhecer e a manter amigos. Isso sim, faz-nos felizes. Mas, ainda assim, continua a não satisfazer as necessidades básicas de afecto de forma física. Isso só encontramos com as pessoas com quem passamos tempo de qualidade, que conhecemos intimamente, que se preocupam connosco, nos abraçam, celebram o aniversário ao nosso lado, nos acompanham nos hospitais, funerais, nascimentos e viagens.
É por isso importante encontrar um equilíbrio entre as relações físicas e as virtuais. Podemos treinar as nossas habilidades sociais: a capacidade de solucionar conflitos, de comunicarmos melhor, de nos divertirmos juntos e de melhorar a nossa forma de escutar e ajudar.
Noda autora espanhola, que defende que não é possível encontrar afetos no Facebook, encontrará um manual prático para compreender porque sentimos amor, ódio, tristeza, inveja, desejo, desprezo ou alegria pelo resto do mundo, dando pistas claras que podemos aplicar nas nossas vidas de modo a melhorar o nosso relacionamento no futuro.
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