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Afinal, como surgiu a Internet?

Afinal, como surgiu a Internet?

by Tiago Leão

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Não há dúvida que a Internet operou uma verdadeira revolução na forma como vemos o mundo e como interagimos. Seja no campo científico ou no domínio empresarial, não há área que não tenha sofrido o impacto desta que é provavelmente a maior invenção da história do Ser Humano. Mas, afinal, como surgiu a Internet? Leia este artigo até ao fim e descubra.

Coloque-se, por exemplo, na pele de Marconi, o inventor do primeiro rádio, e pense como este ficaria surpreendido se soubesse que, com um simples clique, poderia ter acesso a uma quantidade praticamente inesgotável de informação. Se preferir, recue até ao século XV e imagine a como seria a reação de Vasco da Gama ou de Pedro Álvares Cabral a este novo mar de bits e bytes que esbate as fronteiras entre os países.

Uma coisa é certa, atualmente as potencialidades são inúmeras. Mas nem tudo é positivo: casos de fraude online, problemas de segurança e fugas de informação fazem com que os receios em relação à utilização da Internet aumentem. A prova mais flagrante é o caso do Wikileaks, considerado por alguns como o Watergate do século XXI.

O que muitos não sabem é que, na sua origem, a Internet não passava de um instrumento militar, usado durante o período da Guerra Fria para salvaguardar dados importantes em caso de ataque ou bombardeamento. Estávamos, então, na década de 60 e, apesar do período de coexistência pacífica e de desanuviamento, todas as táticas eram válidas para destabilizar o inimigo – desde espionagem a propaganda e desinformação.

O conceito era simples: caso uma base norte-americana fosse atacada, a informação seria recuperada a partir de outra base geograficamente distante. O sistema de ligação ficou conhecido por ARPANET e, embora nenhum ataque tenha chegado a acontecer, a verdade é que havia sido dado o primeiro passo para a criação da rede que viria a revolucionar todas as formas de comunicação.


O impulso do mundo académico

Em 1960, a Internet como hoje a conhecemos era ainda um sonho distante. Exclusiva do meio militar, a rede passou, na década de 70, a ser utilizada para a partilha de conhecimento. Foi nesta altura de menor tensão entre as duas potências mundiais que os Estados Unidos abriram ARPANET à comunidade académica das várias universidades norte-americanas.

Antes disso, em 1962, Licklider, um dos primeiros cientistas informáticos do prestigiado Massachusetts Institute of Technology (MIT) já havia falado na possibilidade de criação de uma teia mundial que conectasse todos os computadores do planeta, a “Intergalactic Computer Network“.

No ano de 1969 concretizou-se o envio daquele que consideramos como o primeiro e-mail da história. A ideia partiu de Leonard Kleirock, um professor da University of California (UCLA), e o objetivo era enviar com sucesso a palavra “LOGIN” para um computador do Stanford Research Institute (SRI). A meio da transmissão houve um problema com o computador deixou de funcionar após a receção da letra “O”.

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Uma nova ARPANET

A abertura da ARPANET às universidades captou a atenção de curiosos e entusiastas, cujo objetivo era desbravar as novas potencialidades desta rede de comunicação. A adesão foi tal que a ARPANET começou a ter dificuldades em gerir toda a informação contida no sistema.

Para fazer face a este problema optou-se pela divisão da rede em duas: a MILNET, apenas usada para fins militares, e uma nova ARPANET, que alojava domínios universitários e não-militares.

 

O aumento do fascínio pelo ciberespaço fez com que a Internet começasse a fazer parte do quotidiano de um número surpreendente de pessoas, dando origem a um verdadeiro fenómeno cultural. Davam-se, então, os primeiros passos para uma massificação que viria a acontecer décadas mais tarde.

As descobertas constantes fizeram com que vários estudantes e entusiastas se aventurassem na construção do seu próprio computador e na criação de redes exclusivas. Alturas houve em que muitos se questionaram onde estaria a diversão de comprar um computador, se era possível construir um com as próprias mãos.

Incentivada pelos movimentos de contracultura e pela ideia de um mundo unido através da informática e do ciberespaço, a Internet sofreu, então, um grande avanço e passou a agregar não só uma componente militar e académica, como também uma dimensão social e cultural.

Influenciada e influenciadora do dia-a-dia, começou a chamar a atenção de sociólogos, como Manuel Castells, autor do livro ““. Lançada em 2003, a obra explora as fundações do ciberespaço e explica a Internet como um poderoso meio de informação de todos os âmbitos da atividade humana.

Internet: uma rede de redes

Até aqui, apenas falamos da ARPANET e da MILNET. Voltando à pergunta original: afinal, como surgiu a Internet? Ora bem, com o crescimento de redes privadas, algumas das quais feitas por amadores, os utilizadores tinham dificuldade em conectar-se entre si. Por outras palavras, as pessoas apenas podiam comunicar entre si se partilhassem a mesma rede.

Para resolver este problema, surgiram os Protocolos de Internet. Uma vez instalados, estes protocolos de compatibilidade possibilitavam a comunicação entre os vários computadores, dando origem a uma rede de redes que passamos a designer por Internet.

Protocolos específicos eram utilizados para abrir o computador a redes específicas. Ainda assim, determinar qual o protocolo necessário era uma tarefa, no mínimo, aborrecida. A solução chegou com a criação do famoso TCP/IP que é na verdade um conjunto de protocolos que permitem a comunicação entre quaisquer computadores.

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