Adolescente relata no Twitter o terror que vive em Gaza
A história de Farah Baker está a comover o mundo. Com apenas 16 anos, a rapariga palestiniana tem relatado através da sua conta do Twitter o terror que se faz sentir na Faixa de Gaza. Os tweets, vídeos e fotografias que publica mostram ao mundo um retrato fiel do que tem acontecido na Palestina desde o início de julho de 2014.
No dia 8 de julho, voltaram-se a ouvir bombardeamentos em Gaza. A Palestina volta a enfrentar os ataques implacáveis do exército israelita, após um cessar-fogo de alguns anos. Em apenas 20 dias, registaram-se mais de 1100 mortos de civis e soldados palestinianos. Todos os dias estes números mudam!
É neste clima de terror que vive Farah Baker. Com apenas 16 anos, a jovem palestiniana sabe perfeitamente que pode morrer “a qualquer momento” – tudo depende do local onde cair a próxima bomba.
Através dos tweets que tem partilhado diariamente com o mundo, Farah Baker relata o seu dia-a-dia. Neste momento é impossível disfrutar de uma refeição sem sentir o estrondo das explosões que abalam Gaza, o céu ilumina-se às 3h da manhã, como se fosse dia e a casa de Farah torna-se, a pouco e pouco, menos segura.
“Esta é a minha casa. Eu não consigo parar de chorar.” As janelas do quarto estão desfeitas em cacos e a escuridão impera durante horas a fios desde que a electricidade foi desligada. Ainda assim, a sua casa é mais segura do que as ruas.
Pelas publicações que Farah partilha, percebemos que passa a maior parte do dia sozinha com a irmã de 6 anos. “Sempre que a minha irmã ouve um foguete a cair, cobre os ouvidos e começa a gritar enquanto chora para não ouvir a bomba”, confessa, desesperada, num outro tweet.
O Mundo a ver Gaza pelos olhos de uma adolescente
Uma das publicações que mais comoveu o mundo aconteceu no sábado dia 25 de julho. Durante 24 horas, as forças palestinianas e israelitas iniciaram um cessar-fogo. “Vou andar até ficar exausta e sentir falta de casa”, publicou Farah, expressando a sua felicidade por puder deixar o refúgio sem medo de ser atingida.
Como se não bastasse viver em frente ao Hospital Al-Shifa, Farah tem ainda a oportunidade de ouvir as historias que o pai, médico cirurgião, lhe conta sempre que regressa a casa. Entre essas histórias, há algumas que partilha connosco.
Recentemente, partilhou no Twitter uma fotografia que mostrava um penso ensaguentado com um fragmento que o seu pai extraíra do cérebro de uma criança de apenas 9 anos.
A par dos relatos dramáticos, Farah quer fazer chegar ao mundo muito mais do que a sua história. Marcando os seus posts com hashtags como #PalestineResists, #GazaUnderAttack e #PrayForGaza , a adolescente publica fotografias de vítimas, dos escombros e até do automóovel que foi bombardeado à porta de sua casa.
“Eu posso morrer esta noite. Eles estão a bombardear a minha área.”, partilhou Farah Baker, na noite de 28 de julho. Horas antes, uma bomba atingiu um campo de refugiados montado ao lado do hospital, matando dez palestinos, entre os quais 8 crianças. “Esta é a pior noite desta guerra”.
Felizmente, publicou um tweet horas depois, quando o amanhecer rompeu sobre a Faixa de Gaza: “SOBREVIVI À NOITE PASSADA! ESTOU VIVA!”. Com quase 35 mil seguidores no Twitter, Farah Baker promete relatar tudo o que vir e ouvir, pelo menos enquanto puder.
O relato impressionante de Farah Baker é mais um exemplo de que as redes sociais aproximam as pessoas em todo o mundo, transformando vidas nesta aldeia global. Através do testemunho de uma adolescente de 16 anos, todos podem saber quase em direto o que se passa em Gaza.
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