A Uber planeia lançar frota de carros voadores até 2030
Todos os que já estiveram parados no trânsito pensaram pelo menos uma vez em como seria bom se os carros tivessem asas e conseguissem voar por entre a confusão. Este cenário, que só encontramos nos filmes de ficção científica, começa agora a ganhar forma. A Uber prepara-se para lançar uma frota de carros voadores, na próxima década, que vai permitir aos condutores evitar o trânsito e encurtar viagens longas.
No início de dezembro de 2016, a Uber divulgou um documento de 99 páginas com um plano detalhado sobre como está prevista a construção de uma rede de “carros” voadores que funciona em moldes semelhantes à frota comum: os utilizadores podem pedir a sua boleia através do aplicativo, efetuando de antemão o pagamento.
A rede, que conta com o nome provisório de Elevate, teria um preço semelhante ao do Uber comum – que variaria conforme a procura pelo serviço: quanto mais pessoas voassem, mais barato o trajeto ficaria a longo prazo, ainda que no começo os utilizadores tenham de pagar preços mais elevados pelo serviço.
Os “carros” voadores são um híbrido elétrico que combina o design de helicópteros e pequenos aviões capazes de voar 160 quilómetros sem precisar de recarregar as baterias. Os modelos, planeados para serem mais silenciosos do que os veículos terrestres, seriam ainda capazes de aguentar dois a quatro passageiros (além do piloto) e de voar a 76 metros do solo, a uma velocidade máxima de 250 Km/h.
Parece de loucos, não parece?
Os veículos da rede Elevate são do tipo VTOL (Vertical Take-off and Landing ou “Descolagem e Pouso Vertical”, em português). Os veículos descolam e pousam como helicópteros, de forma vertical, apesar de voarem da mesma forma que os aviões. Assim, as pessoas podem embarcar nestes veículos aéreos quase como se estivessem mesmo dentro de um filme de ficção.
Os Veículos de Descolagem e Pouso Vertical seriam fabricados graças a uma parceria entre a Uber, o governo dos EUA e algumas empresas de tecnologia que ainda não foram divulgadas.
Mas é claro que nada é tão fácil, e a empresa vai precisar resolver uma série de problemas antes de transformar o nosso mundo num cenário de filme de ficção científica – isto considerando que a Uber consegue construir, de fato, o carro voador, e que a Federal Aviation Administration (órgão que regula a aviação nos EUA) aprove esses veículos e as suas rotas.
Um dos problemas passa pelas cartas de condução. Embora uma grande faixa da população conte com carta de motorista, apenas um grupo reduzido tem licença de piloto, o que complica a filosofia da empresa de qualquer pessoa se pode tornar condutor da Uber.
Por isso mesmo, a empresa precisa de ter atenção especial a cada lugar em que o serviço estiver ativo para evitar problemas e acidentes. E, infelizmente, sabemos que a empresa não tem as melhores relações com os governos do mundo. Os atritos com taxistas que se têm sucedido em Portugal e no Brasil são prova disso mesmo.